ENTREVISTA: AIRTON ORTIZ – PATRONO DA 60ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE



“Sempre fui, acima de tudo, um leitor da Feira”
A escolha do patrono da Feira do Livro nunca foi uma missão fácil para a Câmara Rio-grandense do Livro (CRL). Afinal, os nomes submetidos ao voto são de escritores gaúchos conceituados e plenamente capazes de atuar como “embaixadores” do maior acontecimento literário do Sul do País. Para a 60ª edição do evento, o grupo formado por ex-presidentes da CRL, empresas associadas, representantes da comunidade cultural e homenageados das Feiras anteriores teve que decidir entre Aldyr Garcia Schlee, Maria Carpi, Celso Gutfreind, Cíntia Moscovich e Airton Ortiz.
O suspense chegou ao fim na quarta-feira, 17 de setembro, com o anúncio da eleição do jornalista, escritor, fotógrafo e conferencista Airton Ortiz para a função em 2014. Ele será empossado no dia 31 de outubro, durante a abertura da Feira do Livro, que se realizará até 16 de novembro. Riopardense radicado em Porto Alegre, onde se formou em Jornalismo pela PUCRS e se pós-graduou na UFRGS, Ortiz completará 60 anos em novembro. É escritor profissional desde 1999 e jornalista especializado em reportagens internacionais sobre a natureza selvagem, num gênero que ele próprio batizou de Jornalismo de Aventura.
“Patronável” em outras nove edições da Feira e já homenageado em pelo menos vinte eventos similares no Estado, Airton Ortiz é autor de 16 obras, incluindo dez de reportagem, três de crônicas, dois romances e um de fotografia. Entre os títulos mais destacados estão “Na Estada do Everest”, “Travessia da Amazônia”, “Egito dos Faraós” e “Pelos Caminhos do Tibete”. Na 60ª Feira do Livro, será lançado o seu 17º trabalho, “Paris”, coletânea de crônicas sobre a temporada em que morou na capital francesa. Suas obras já lhe renderam diversos prêmios jornalísticos e literários, além de duas classificações como finalista do Prêmio Açorianos de Literatura, promovido pela Coordenação do Livro e Literatura/SMC. E as homenagens não param por aí: no Carnaval de 2015, Ortiz será tema-enredo da Escola de Samba Aldeanos, de Cachoeira do Sul/RS.

Em entrevista à CLL, Airton Ortiz comentou a sua eleição para patrono da Feira.

CLL — A exemplo das edições anteriores da Feira do Livro de Porto Alegre, os patronáveis de 2014 eram nomes fortemente representativos da cultura no Estado. A que fatores podemos atribuir a sua escolha para tamanha honraria?

Airton Ortiz – Toda a minha vida profissional foi – e ainda é! – dedicada ao livro. Cheguei em Porto Alegre em 1975, para cursar Jornalismo na PUCRS, e já naquele ano lancei na Feira “Tempo de Solidão”, um livro de poesia. Desde então, participei do evento como jornalista, livreiro, distribuidor, editor, organizador (já fui da Diretoria da Câmara Rio-grandense do Livro) e, nos últimos 16 anos, como autor. Mas sempre fui, acima de tudo, leitor da Feira. Imagino que a minha eleição como patrono se deva a esses fatos.

CLL — Ao todo, haviam ocorrido nove indicações do seu nome para esta honraria. Qual a sensação de ser finalmente o eleito?

Airton Ortiz – Eu considero que ser patrono da Feira a maior honra que um escritor gaúcho pode receber. Então, receber a notícia de que neste ano seria a minha vez foi um momento especial tanto na minha carreira profissional como em minha vida pessoal. Mas o desafio é do mesmo tamanho e espero estar à altura do cargo.

CLL — Como será o “mandato” do patrono Airton Ortiz na edição do evento?

Airton Ortiz – Espero, como patrono, ampliar as campanhas que costumeiramente faço no sentido de conscientizar as pessoas de que ler não é um dever, mas um direito que elas têm. E, na minha opinião, o maior de todos os direitos. Porque só o acesso ao conhecimento liberta, de tudo e de todos, inclusive de nós mesmos. E o livro é a maior arma que temos nessa luta pela nossa liberdade. Quem lê aprende a pensar e quem pensa será sempre um homem livre. A leitura é, portanto, um ato libertador.

De que forma serão conciliadas as exigências do patrono e do escritor que lançará o seu 17º livro justamente na Feira?

Desde 1975 estive presente em todas as Feiras, com exceção de uma edição, quando me ausentei exatamente para escrever um livro. Eu costumo ir todos os dias à Praça da Alfândega: então, este ano vou apenas continuar fazendo o que sempre fiz e foi exatamente por esse motivo que me elegeram patrono.



Para saber mais: www.airtonortiz.com.br

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