Açorianos de Literatura: Outonos de Fogo

Marcel Citro, vencedor do Prêmio Açorianos de Criação Literária na categoria Conto no ano de 2010,  é  agora finalista na categoria Romance  com o livro Outonos de Fogo.

Marcel Citro, gaúcho de Porto Alegre, já levou em 2010, o Prêmio Açorianos de Criação Literária na categoria Conto, com o livro Travessia: Quinze contos peregrinos. Em 2012, ele busca mais, e o primeiro passo já foi dado. Marcel Citro figura nesta edição do evento entre os finalistas, com seu romance de estreia, Outonos de Fogo, na categoria Romance

Outonos de Fogo (Editora Libretos, 2012), é um romance histórico. A história percorre, entre tramas de personagens de todas as épocas, cinco séculos de história do Sul do Brasil. Conta, acima de tudo, a história do Rio Grande do Sul, desde que a terra, aqui, era habitada pelos indígenas, no que se seguiram as primeiras presenças europeias, as revoluções que ocorreram na província, os conflitos e massacres em que os gaúchos se envolveram e que marcaram, com sangue, a história desta terra. 

A história do Rio Grande do Sul em Outonos de Fogo não serve só como pano de fundo, mas é a própria busca, por meio de personagens com seus próprios conflitos, angústias, conquistas e andamentos, de entrelaçar história e ficção.  E mais do que isso, Citro tenta recriar um ambiente em que os personagens, ao se moverem pela história, se aproximam muito do real, com ações fortes e persuasivas. O livro, em um sentido profundo, é um romance da formação da identidade gaúcha e sulina.

Como dito, gaúcho de Porto Alegre, cidade onde viveu sua vida inteira, Marcel Citro além de escritor é bacharel em Direito e Administração de Empresas pela UFRGS. Atualmente trabalha na Justiça Federal. Nos anos de 1994 e 1996, recebeu o prêmio de segundo e de primeiro lugar, respectivos, no Concurso Histórias do Trabalho na categoria Conto. Outonos de Fogo é seu primeiro romance.

Confira abaixo um trecho do livro:
Garoava. Henrique aproximou-se da janela e ficou contemplando a paisagem cinzenta. As gotas iam ganhando volume, fazendo-se visíveis, e logo já ouvia o seu baque cadenciado contra as vidraças. Tamborilou os dedos no peitoril, como que marcando o ritmo, os grossos pingos percutindo feito tambores. Lera que um italiano inspirara-se com aquilo tudo, fizera uma sinfonia para o inverno, para o suceder das estações. Suspirou. Nunca teria acesso a esse tipo de refinamento, estado do lado errado do Atlântico.

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