Relembrando Stefan Zweig


Intelectual, dramaturgo, poeta, romancista, jornalista e biógrafo. Um dos escritores de maior sucesso no mundo durante as décadas de 20 e 30. Austríaco. Patriota, mas pacifista. Disseminador da ideia de uma Europa unificada. Stefan Zweig foi isso e muito mais. Em comemoração ao legado do artista e como preparação para a palestra Stefan Zweig e a perseguição aos judeus, que ocorre amanhã às 21h30min na Sala Álvaro Moreyra, com Voltaire Schilling e Deonísio da Silva, vamos relembrar a trajetória de uma vida dedicada à literatura e ao incentivo à paz:

De família judia, Zweig estudou filosofia na Universidade de Viena. Concluiu os estudos em 1904, dois anos depois da publicação de seu primeiro livro de poesia, Silberne Saiten (Cordas de Prata). Traduziu, para o alemão, obras de autores como Keats, Morris e Baudelaire e publicou diversas biografias, incluindo as de Dostoievski, Dickens e Balzac. Construiu amizades com outros escritores e intelectuais da época, como Rimbaud, Romain Rolland, Rainer Maria Rilke, Thomas Mann e Freud.  

A partir da década de 20, tornou-se reconhecido mundialmente devido à publicação dos romances Amok, de 1922, Angústia, de 1925 e Confusão de Sentimentos, de 1927. Entretanto, a fama alcançada lhe gerou problemas devido à sua postura humanista e pacificista e, como resultado, teve diversos livros proibidos pelo governo germânico. Em 1934, com a ira dos simpatizantes do nazifascismo devido à adaptação da novela Ardor Secreto para o cinema, Zweig teve seu contrato com a editora suspenso e resolveu fugir para a Inglaterra, onde morou de 1934 a 1939. Em 1940, com a tensão européia, o escritor viajou com a mulher para Nova Iorque, Estados Unidos, e morou lá até se mudar novamente, em agosto do mesmo ano, para o Brasil.

Estabeleceu-se em Petrópolis, na serra do Rio de Janeiro, onde escreveu o famoso ensaio Brasil, País do Futuro, cujo título acabou por criar uma alcunha popular para as terras tupiniquins. Neste período, terminou de escrever sua autobiografia, intitulada O Mundo que Eu Vi, escreveu também a novela O Jogador de Xadrez e trabalhou no texto O Mundo de Ontem, no qual procurava retratar a Europa antes de 1914. Em 1942, arrasado com a violência da Segunda Guerra Mundial e desiludido com o rumo da humanidade, Zweig tomou uma dose fatal de veneno, acompanhado pela mulher, e morreu em casa. No bilhete que deixou, escreveu:

Assim, em boa hora e conduta ereta, achei melhor concluir uma vida na qual o labor intelectual foi a mais pura alegria e a liberdade pessoal o mais precioso bem sobre a Terra. Saúdo todos os meus amigos. Que lhes seja dado ver a aurora desta longa noite.
Eu, demasiadamente impaciente, vou-me antes.
Zweig deixou ao mundo importante retrato de sua época, bem como livros memoráveis, além de contribuir na construção da identidade do Brasil, uma vez que se apaixonara pela hospitalidade e pelo povo do país no qual escolhera viver. O leitor pode acessar o texto integral da obra Brasil, País do Futuro clicando aqui.

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