Álvaro Moreyra

Certamente a Sala Álvaro Moreyra, do Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre, deixaria seu homenageado muito feliz. Dessa forma, Álvaro Maria da Soledade Pinto da Fonseca Velhinho Rodrigues Moreira da Silva, ou apenas Álvaro Moreyra, tem eternizado junto ao seu nome uma de suas grandes paixões, o teatro. 

Dramaturgo e admirador da arte cênica, foi ele a fundar um dos primeiros movimentos de renovação do teatro brasileiro. Era o Teatro de Brinquedo, formado no Rio de Janeiro no ano de 1927. Dentro dessa arte, como o apoio do governo da época, organizou a Companhia Dramática Brasileira e com ela fez diversas temporadas pelo País. Além de sua atuação marcante nesse cenário, Moreyra dedicava-se antes de tudo para a literatura. Escreveu poemas, crônicas e textos em prosa, feitos que o levaram a ser membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número 21, que antes pertencia a Olegário Mariano. 

O escritor nasceu em Porto Alegre, em 1888, filho de João Moreira da Silva, autor de peças de teatro e poeta, e Maria Rita da Fonseca. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1964. No ano de 1910, mudou-se para o Rio de Janeiro e lá completou seus estudos formando-se em Direito. Se em sua cidade natal o autor já redigia textos para diversos jornais como o Petit Jornal e o Jornal da Manhã, ao chegar na capital do País seu lado jornalista se ampliou. 

Foi redator de diversas revistas e folhas importantes como a Fon-Fon, Bahia Ilustrada, A Hora, Diretrizes e Para Todos. Também criou seu próprio periódico ao lado de Brício de Abreu. A publicação chamava-se Dom Casmurro. A partir de 1942, Moreyra começou a interessar-se mais pela crônica. O rádio era um lugar perfeito para o escritor trabalhar, já que unia seus textos com sua capacidade de performance na qual se saía bem. Trabalhou nos rádios Cruzeiro do Sul e Rádio Globo. Participou dos programas Conversa em Família e Bom-Dia Amigos. 

Paralelamente a todas essa atividades, muitas delas desempenhadas ao lado de sua esposa Eugenia Moreyra, que mais tarde viria a falecer (casou-se com Cyla Rosenberg tempos depois), dedicava-se a prosa e poesia tendo lançado mais de dezoito livros. Assim, em 1958, recebeu o prêmio do melhor disco de poesia Pregões do Rio de Janeiro. Entre as obras do autor, podemos encontrar os livros Degenerada (poesia), de 1909, Caixinha dos Três Segredos (poesia), 1933, A Cidade Mulher (prosa), 1923, e Tempo Perdido (prosa), 1936.

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