155 anos atrás: Emma Bovary é absolvida
No dia 7 de fevereiro do ano 1857, precisamente 155 anos atrás,
o escritor francês Gustave Flaubert, considerado ao lado de ao lado de Stendhal, Victor Hugo e
Proust, um
dos maiores escritores de sua terra, foi absolvido da acusação contra seu livro
Madame Bovary, que havia sido considerado imoral.
Até então, a maioria dos livros anteriores ao de Flaubert eram apaziguados pela
rotas do considerado cívico e de bons costumes, com histórias românticas e nos
padrões exigidos. Imagine só uma personagem feminina, no caso Emma, casada com Charles Bovary,
tendo casos com outros homens além de seu marido? Adultério. A obra,
considerada por muitas a primeira realista da literatura, acabou por o levar
aos tribunais.
Lá, Flaubert se defendeu com a famosa frase “Emma Bovary sou eu”.
Mesmo assim, os críticos não perdoaram o escritor. A crueza do romance, o tratamento do enredo, e também, as alfinetadas suas ao clero e à burguesia são algumas das razões para isso.
Não só por colocar a
figura da mulher no controle de sua própria direção e tratar de temas incômodos
a sociedade, como emancipação e relacionamentos extra-conjugais, que o romance é tão lembrado e importante. Madame Bovary é
famosa pelo perfeccionismo de Flaubert. Praticante da teoria que só há uma palavra
exata para o que o escritor quer dizer e é necessário encontrá-la, o autor, amante
das belas frases, reescrevia diversas vezes as mesmas linhas até atingir o que
desejava.
É possível entender
melhor essa preocupação gigantesca através de um episódio ocorrido quando o livro ainda estava sendo
elaborado. Flaubert chegou a tomar uma dose de cianureto, depois correu ao
hospital, para saber como era e assim poder descrever as sensações exatas desse
tipo de situação no livro. A maior fidelidade com a realidade era uma importância
máxima. O esforço, com certeza, valeu.
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