Os Códigos da Alegria

Um dos "escolhidos" do Prêmio Açorianos de Literatura 2011, o livro Os Códigos da Alegria, de Paulo Roberto do Carmo, traz novamente o lírico-social ao páreo dos finalistas da categoria Poesia.

Finalista pela segunda vez do Prêmio Açorianos de Literatura na categoria Poesia, o poeta Paulo Roberto do Carmo volta a concorrer ao prêmio com seu último livro de poesias intitulado Os Códigos da Alegria (Território das Artes, 2011).

A respeito da poética do autor, não faltam elogios. Dyonélio Machado, sobre o qual qualificações são desnecessárias, disse uma vez que "há luta em todos os recantos do poema" de Carmo. Houaiss, intelectual carioca de conquistas importantes para a área das letras, ressaltou, por sua vez, que o poeta "faz de sua poesia algo eterno, indo às fontes, pois nas fontes até o lírico é social". Além desses nomes, outros confirmam o estilo e a estética poética de Paulo Roberto do Carmo; entre eles, alguns nomes como Carlos Nejar, Juremir Machado da Silva e Léa Masina.


Aí vai uma prova do concorrente:

Sem a desobediência

Sem a desobediência
a esperança de hoje
adia a ação
engana a fome
disfarça a decepção
que vive na sombra
e espera viver depois
a vida possível
que não vive agora.


Das serpentes

A serpente do desejo
só é feliz
se engolir o desejo
de outra serpente
e saciada
digeri-lo,
espreguiçando-se
ao sol.

Paulo Roberto do Carmo nasceu em Porto Alegre, em 1941. É poeta, professor e tradutor. Já participou de diversas antologias coletivas no Brasil e em Portugal. e recebeu o Prêmio Nacional de Poesia Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional, em 2000.

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