Leia-me toda
Leia-me toda , de Claudia Schroeder, com a capa de Felipe Drummond, é finalista do Prêmio Açorianos de Literatura 2011 na categoria Capa. |
Com a inusitada ideia da autora Claudia Schroeder e o incentivo do editor Rodrigo Rosp, Felipe Drummond produziu a capa de Leia-me toda em braile. Como o poema, que pretende não ser apenas visto (ou lido), mas que procura despertar reações sensoriais, a produção de Felipe está intimamente ligada às sensações e sentimentos expressos pela palavra da poetisa.
CLL: De onde surgiu a ideia para utilizar braile na capa?
Claudia: A ideia veio depois da escolha do título do livro. A Claudia Tajes, que selecionou os poemas, sugeriu que o título fosse o mesmo título de um dos poemas selecionados por ela. Depois disso, eu lembrei de um poema meu que acabou não entrando no Leia-me Toda, que é o olhar do homem em relação à mulher.
Parte deste poema dizia o seguinte:
"Queria que você fosse toda em braile
pra eu te tocar o tempo todo
me faço de cego
me faço de bobo."
Então eu pensei que a capa em braile tinha tudo a ver, pois o leitor pode ler com as mãos, assim como os amantes podem se ler com o toque.
CLL: O que está escrito em braile? O título do livro?
Claudia: Na verdade, eu queria que o poema inteiro estivesse ali, mas não é possível imprimir texto em cima do braile.
Então eu optei por colocar o título, repetidamente, dando espaço para as impressões necessárias: nome do livro, autor e editora.
CLL: Acha que isso causa um certo efeito no primeiro contato com o leitor?
Claudia: Recebi feedbacks de leitores que foram impactados logo ao sentirem a capa. Muitos disseram que pegaram o livro e se surpreenderam ao passar a mão. Acho que as pessoas já começam a ler com o toque. O casamento do título do livro com essa ideia parece ter dado certo.
Comentários
Postar um comentário