40 microcontos experimentais

Nada mais justo, neste finalista do Açorianos 2011 na categoria Projeto Gráfico, do que aplicar a palavra experimentais, presente no título 40 microntos experimentais (MarcaVisual, 2011), à toda concepção do livro-objeto. Airton Cattani, autor das historietas e responsável pelos desenhos, fotografias e estruturação do projeto gráfico, juntou seus conhecimentos de arquiteto e professor de Design para criar uma experiência única. O livreto propriamente dito está disfarçado: inserido dentro de uma caixa de papelão em formato de livro. Uma vez que o leitor abre a "capa", encontra uma embalagem de papel preto com um cordão vermelho saindo de dentro do invólucro. Deve-se então rasgar o lacre com o cordão para encontrar o livreto dentro do estojo. 

Até o objeto onde estão impressos os microcontos está fora de convenções. As páginas podem ser abertas como uma sanfona: de um lado, um microconto; do outro, uma fotografia. Se folhearmos rapidamente a parte das fotografias, visualizamos uma sequência que mostra o autor descendo e/ou subindo uma escada, dependendo do sentido em que acompanhamos as imagens. O produto final é uma obra que pode ser aproveitada de diversas maneiras, sob diversas perspectivas, enquanto literatura e obra de arte. A chave para o desenvolvimento do livro-objeto é a inovação. E claro, como o próprio título denuncia, o experimentalismo. 

No caso de um obra que se utiliza tanto da visualidade, as palavras muitas vezes são incapazes de esclarecer as minúncias estruturais do projeto. Portanto, o leitor pode esclarecer quaisquer dúvidas que o texto não foi capaz de responder assistindo ao vídeo de apresentação do livro.

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