Feliz por tudo

Cinco décadas e vinte obras publicadas, entre romances, crônicas, poesias e obra infantil, o topo dos mais vendidos do país e um lugar entre os escritores brasileiros mais reconhecidos da atualidade. Martha Medeiros completa hoje 50 anos realizada com a vida pessoal e profissional, pronta para encarar tudo que ainda vier pela frente, feliz.

Nossos sinceros desejos de felicidade e sucesso a essa maravilhosa escritora gaúcha. E ao público, um pouquinho mais de Martha.

CLL -  Os 50 anos têm algum significado especial na tua vida profissional?

Martha - Tem um significado especial na minha vida como um todo, não só profissional. É uma idade que convida a um balanço, e nesse sentido me sinto totalmente gratificada, tudo andou muito bem até aqui, me realizei em todos os aspectos: emocionais, pessoais e profissionais. Não trago dívidas comigo mesma, não preciso correr atrás de nenhum prejuízo, não estou olhando aflita pro relógio preocupada em ainda realizar algum sonho: agora é só curtir o que a vida me trouxe e aproveitar a paisagem, torcendo para que a estrada seja longa o suficiente para ainda me surpreender. 
           
CLL - Podes destacar momentos ou pessoas que tiveram influência na formação da escritora que tu és hoje?

Martha - Tudo que eu li, desde a adolescência, me serviu como suporte nessa formação que na verdade nunca se esgota. Eu nunca me considerei pronta, e duvido que esse dia chegue. Os livros do Verissimo, da Marina Colasanti e do Mario Quintana foram companheiros desse início de trajetória. E quanto a apoio pessoal, gostaria de citar o Luciano Alabarse, a Tania Carvalho, o Caio Fernando Abreu e o Millor Fernandes como pessoas que apostaram no meu trabalho assim que surgi. Foram importantíssimos para eu ganhar confiança. 

CLL -  O que mudou na tua forma de escrever desde o teu primeiro livro, Strip - Tease, de 1985, até Feliz por nada, lançado em 2011?

Martha - São mais de 25 anos, eu mudei muito, tive muitas vivências, cresci, viajei, amei, desamei, conheci tantas pessoas interessantes, enfim, tudo isso interfere de certa forma no texto. À medida que eu amadureço, o texto fica mais enxuto, as palavras mais firmes, minha opinião mais contundente. E, contraditoriamente (vida é contradição), me permito ser mais gaiata, mais livre... A maturidade te traz isso, a confiança necessária para experimentar novos caminhos sem correr tantos riscos.

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