Revivendo 61

Depois das aulas de Paulo Markun, Juremir Machado e Gunter Axt sobre o contexto histórico, as causas e o desfecho do Movimento da Legalidade, ontem foi a vez do fotógrafo Ricardo "Kadão" Chaves ilustrar aqueles famosos dias de agosto de 1961. Filho de Hamilton Chaves, na época Chefe de Imprensa do governo Brizola, Kadão trouxe ao público um arquivo de verdadeiras relíquias, a maioria delas relatando os passos do pai, ao lado de Leonel Brizola, Jango e outras figuras chave da campanha.


Além das imagens, Kadão leu para os presentes discursos, manifestos e outros documentos escritos por governantes, sindicatos e outros apoiadores da resistência. Em uma grossa pasta de folhas amareladas, ele encontrou também textos transmitidos pela rádio Guaíba, naqueles dias instalada no porão do Palácio Piratini e comandada por Brizola.


Na época com apenas 10 anos, o fotógrafo tem vivos na memória alguns momentos marcantes daquele tempo.

- Lembro que tivemos que enterrar no quintal de casa todos os livros que falavam sobre comunismo. Procuramos pelas prateleiras qualquer menção do regime, mesmo que estivessem condenando, só para garantir. Vejam só, para os jovens que não viveram esse tempo, esconder livros da polícia é algo inimaginável. Por que fazer isso? E naquela época era nossa única alternativa.

Kadão relatou ainda diversas histórias que envolviam o pai e se emocionou com a lembrança. Encerrou a palestra, último encontro do curso 50 Anos da Legalidade, com a seguinte declaração: "Isso é mais uma homenagem ao meu pai, Hamilton Chaves, de quem tanto me orgulho".


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