Ilha Deserta

Nesta semana, José Antônio Pinheiro Machado é quem visita a ilha deserta da CLL. Advogado e jornalista, Pinheiro Machado nasceu em Porto Alegre em 23 de novembro de 1949. É coordenador do escritório Pinheiro Machado Advogados, apresentador e um dos produtores do programa Anonymus Gourmet.

Resposta:
Eu levaria o volume das Obras Completas de Jorge Luis Borges. Borges é um escritor que consegue fazer uma síntese de todos os livros. Ele faz, num exagero, com que a vida se pareça com uma biblioteca. E, como eu adoro bibliotecas, levaria esse livro, pois com ele é como se eu levasse uma biblioteca inteira.

O livro:
A coletânea de Borges foi editada em quatro volumes e lançado pela Editora Globo em 1998. O livro conta com traduções de diversos autores e reúne os lançamentos do autor entre 1923 e 1988.


(Globo, 1998, esgotado no fornecedor)



Trecho:
“Em aventuras como essas, prodigalizei e consumi meus anos. Não me parece inverosímil que em alguma prateleira do Universo haja um livro total; rogo aos deuses ignorados que um homem – um só, ainda que seja há mil anos! – o tenha examinado e lido. Se a honra e a sabedoria e a felicidade não estão para mim, que sejam para outros. Que o céu exista, embora meu lugar seja o inferno. Que eu seja ultrajado e aniquilado, mas que num instante, num ser, Tua enorme Biblioteca Se justifique.
Afirmam os ímpios que o disparate é normal na Biblioteca e que o razoável (e mesmo a humilde e pura coerência) é quase milagrosa exceção. Falam (eu o sei) de ‘a Biblioteca febril, cujos fortuitos volumes correm o incessante risco de transformar-se em outros e que tudo afirmam, negam e confundem como uma divindade que delira’”.

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