As águas de maio


Têm sido cada vez mais comuns as notícias sobre grandes catástrofes climáticas e ambientais, e o tema chega a suscitar discussões sobre a proximidade do fim dos tempos. No entanto, grandes desastres já fazem parte da história de inúmeras cidades, como Porto Alegre, que entre 10 de abril e 12 de maio de 1941, foi castigada com a maior enchente de sua história.


No entanto, a maior tragédia sofrida pela capital dos gaúchos só foi devidamente registrada em 2009 pelo jornalista e escritor Rafael Guimaraens, com o livro A enchente de 41 (Libretos, 100 páginas, R$20,00). A obra reúne 120 imagens de fotógrafos da época, além de textos relatando como era a vida da cidade na época e o impacto causado pela força das águas.

“A chuva já durava 20 dias. (...) Em Porto Alegre, temporais quase diários castigavam a população por mais de uma semana. As autoridades permaneciam mergulhadas numa inércia, como se só restasse esperar que a força da natureza finalmente se acomodasse”.

“O Minuano, vindo do Sul, começou a soprar velozmente sobre o leito da Lagoa dos Patos, não apenas represando o Guaíba, mas empilhando suas águas contra a cidade. (...) Durante aquele final de semana, o Guaíba crescia em média 2 centímetros por hora. Na noite de domingo alcançava 3,25 metros acima do nível. Já era a maior enchente da história de Porto Alegre”.

“Mas o pior estava por vir. Na segunda-feira, dia 5 de maio, as águas subiram a Rua General Câmara a alcançaram a Rua da Praia (...) Em pouco tempo a pequena Broadway se transformou numa autêntica Veneza”.


“A enchente de 1941 deixava um desafio. Como superar as debilidades geográficas e urbanas? Como enfrentar a fúria da natureza”?

E hoje? Será que superamos este desafio? Haveremos um dia de superar?

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