Ilha deserta

O náufrago de hoje é Luiz Antonio de Assis Brasil. Romancista, ensaísta e cronista, ele é pós-doutor em Letras pela Universidade dos Açores. Atual secretário da Cultura do Rio Grande do Sul, Assis Brasil atua também como professor titular da faculdade de Letras da PUCRS e ministra oficinas de criação literária. Dentre seus mais de 15 títulos publicados, destacam-se Cães da Província (L&PM), Concerto Campestre (L&PM) e Manhã Transfigurada (L&PM). A obra mais recente é Ensaios Íntimos e Imperfeitos (2008, L&PM).

Qual livro você levaria para uma ilha deserta?
Luiz Antonio de Assis Brasil - Madame Bovary, de Gustave Flaubert, pois foi com esse livro que eu aprendi como se faz um romance.

O livro:
Madame Bovary (L&PM, 336 pp, R$19,50) é o romance mais conhecido de Gustave Flaubert, que o levou a ser julgado por ofensa moral e religiosa. Ao se defender das acusações, pronunciou a famosa frase “Emma Bovary c’est moi”. Nesse romance, o autor chega ao ápice da narrativa longa do século 19, e busca sempre a palavra exata para descrever os cenários e a mente de seus personagens.

Trecho:
“E no cais, no meio de carroções e de barricas, e pelas ruas, sobre os bancos de pedra, os burgueses arregalavam os olhos perante aquela coisa extraordinária na província: uma carruagem com os estores descidos aparecendo assim constantemente, mais fechada que um túmulo e sacudida como um navio. Em dado momento, a meio do dia, em pleno campo, quando o Sol dardejava com mais intensidade sobre as velhas lanternas prateadas, uma mão sem luva atravessou as pequenas cortinas de tecido amarelo e lançou fora pedaços de papel rasgado que se dispersaram ao vento e foram cair mais longe,como borboletas brancas, sobre um campo de trevo vermelho florido”.

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