O homem que encontrou seus leitores
A segunda noite do evento contou com a presença dos professores Maria da Glória Bordini e Sergius Gonzaga, além da atriz Mirna Spritzer. O público pode degustar um pouco mais os contos, de nada fácil digestão, do autor. Sempre retomando a força narrativa, a temática judaica e o humor presente nas obras de Scliar, Maria da Glória defende que Moacyr foi o maior contista de sua geração, pois era capaz de escrever sobre os mais variados assuntos e circular entre diversos gêneros. Intercalando
leituras de alguns contos com a fala dos palestrantes, Mirna Spritzer, considerada por Sergius como a melhor leitora de textos literários do Rio Grande do Sul, confessou estar muito emocionada, visto que era primeira vez que lia textos do Scliar sem ele ao seu lado. De todos os contos lidos pela atriz, o que mais impressionou o público foi Na minha suja cabeça, o holocausto. Esse conto, lembrou Sergius Gonzaga, foi a resposta de Scliar à pergunta: Se tivesses que escolher um conto teu, e só um, qual tu escolherias como o que melhor resumisse a tua obra?
“À noite sonho com ele. Estou nu, dentro de uma espécie de banheira com água fétida; Mischa me esfrega com aquele sabão, me esfrega impiedosamente, gritando que precisa tirar a sujeita da minha língua, da minha cabeça, que precisa tirar a sujeira do mundo”.
No dia 23, último dia do Seminário, data em que Scliar completaria 74 anos, Luis Augusto Fischer comentou o legado literário do autor e Abrão Slavutzky apresentou a presença de Freud e o judaísmo na obra. Enquanto Fischer destacou a volumosa produção de crônicas, Slavutsky focou a face ensaística do escritor. Ambos os palestrantes frisaram, além da qualidade narrativa indiscutível de Scliar, a versatilidade de temas e de gêneros de sua obra. Nos três dias de Seminário, ficou evidente a
comoção tanto dos palestrantes quanto do publico, que contou sempre com a presença de familiares e amigos próximos do escritor. Seu legado literário, tema primeiro das conferências, dividiu o palco com lembranças de sua personalidade simples, gentil e carismática.
Themis Lopes, psiquiatra de 68 anos, participou do Seminário e ficou muito satisfeita com os esclarecimentos prestados pelos especialistas na obra de Scliar. A médica conta que conhecia o autor há 40 anos, com quem mantinha correspondência, enviando-lhe textos que o escritor lia e comentava. Scliar, segundo ela era uma pessoa de extrema humildade.

Themis Lopes, psiquiatra de 68 anos, participou do Seminário e ficou muito satisfeita com os esclarecimentos prestados pelos especialistas na obra de Scliar. A médica conta que conhecia o autor há 40 anos, com quem mantinha correspondência, enviando-lhe textos que o escritor lia e comentava. Scliar, segundo ela era uma pessoa de extrema humildade.


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