+ que Prosa, + que especial

No fim da tarde de ontem, cerca de 30 pessoas se reuniram na Biblioteca Municipal Josué Guimarães para um gostoso bate-papo com os dois grandes vencedores do Prêmio Açorianos de Literatura, Marco de Menezes e Marcel Citro.


A conversa começou com o relato dos autores sobre a conciliação da vida de escritor com a vida profissional que têm de levar no dia-a-dia. Ambos têm de cumprir uma jornada diária de trabalho, Marco como médico e Marcel como juiz federal. Depois do trabalho e da família é que encontram tempo para se dedicar à literatura.

Marcel contou que tenta ser disciplinado com sua literatura “Reservo umas 8 horas por semana para escrever, mas sei que é pouco... “. Já Marco falou que precisa de inspiração, e que já escreveu muitos poemas nos intervalos de seus plantões. Marcel lembrou Cyro Martins, escritor e psicanalista gaúcho, que dizia “escrevo no rabo das horas”, referindo-se ao intervalo de 10 minutos entre uma consulta e outra, que eram dedicados à literatura.


As diferenças entre a confecção de prosa e poesia, foram abordadas pelos escritores. Marco afirmou: “o absurdo da existência deve preceder a poesia”, e completou “é a partir de pequenos fragmentos do cotidiano que se revelam os elementos para a poesia”. Marcel, revelou seus quatro passos para a construção da narrativa: trabalhar como um garimpeiro; o planejar; escrever (quando o autor revela sua voz); e por fim o trabalho de copy desk, quando o texto deve ser enxugado. E afirmou: “A voz do escritor é uma conquista”.



As dificuldades de iniciar na literatura e publicar livros também foram assuntos debatidos pelos convidados. Começando a ser conhecidos pelo grande público, eles afirmaram que o mercado está difícil em todas as áreas, em todas as profissões! Em quase duas horas de conversa o público participou ativamente do bate-papo e pôde conhecer um pouco dois autores.




Ana Cardoso, 44 anos, professora na cidade de Caxias do Sul, veio acompanhada de um grupo de caxienses para prestigiar a participação do poeta e amigo Marco de Menezes que, segundo ela, é o “nosso grande poeta, capaz de expressar as questões existenciais do ser humano”.

Fábio Scholl, 30 anos, fotógrafo, de Porto Alegre, destacou do evento a interessante possibilidade de captar em cada fala os principais momentos de criação literária dos autores premiados.



Como já é tradição no + QUE PROSA,
Marco leu
Marcel e Marcel leu Marco.


E a noite morna e nublada deixou uma certeza:
Os dois escritores vieram para ficar!


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