Lexicário - Claudia Tajes & Pedro Gonzaga
Cláudia Tajes foi publicitária durante um bom tempo. É
escritora (esperamos que por mais muito muito tempo) do célebre A Vida Sexual
da Mulher Feia, Dez (quase) amores, Por Isso Eu Sou Vingativa entre outros.
Escreve, também, toda semana para o caderno Donna, da Zero Hora.
Cláudia participou do nosso Lexicário, revelando quais
palavras lhe são bonitas ou feias.
CLL - De qual palavra da língua portuguesa tu mais gostas?
Claudia Tajes - São tantas... Gosto de palavras com L, acho
que elas são lascivas, luxuriantes, poéticas. Língua, por exemplo, é uma
palavra que eu gosto.
CLL - Qual palavra tu não gostas? Que te doa os ouvidos?
CT - Vergalhão. Acho uma palavra assustadora.
CLL - E qual palavra tu achas que deveria ser resgatada? (no sentido de expressão antiga que deixou de ser usada publicamente)
CLL - E qual palavra tu achas que deveria ser resgatada? (no sentido de expressão antiga que deixou de ser usada publicamente)
CT - Lambisgoia. Dependendo do caso, não tem definição mais
perfeita.
Outro escritor que falou para o Lexicário foi Pedro Gonzaga.
Pedro é escritor, tradutor, professor e músico. Publicou dois livros de contos,
Cidade Fechada (2004) e Dois Andares: acima (2007) e, o mais novo, de poesia: A
última temporada (2011).
Pedro Gonzaga - Minha palavra preferida é tácito. O som aberto e depois
morto guarda ainda sua origem latina que tinha a ver com calar.
CLL - Qual palavra tu não gostas?
PG - Uma palavra que me desagrada é, a bem da verdade, um verbo nas formas
do passado. É o verbo pôr. Vem-me sempre a secreção das infecções à cabeça.
CLL - E qual
palavra tu achas que deveria ser resgatada? (no sentido de expressão antiga que
deixou de ser usada publicamente)
PG - Gosto muito de uma palavra que em português praticamente desapareceu,
ainda resta um pouquinho viva no espanhol: é imarcescível. Também o latim se
revela. O verbo é marcesco, murchar. Imarcescível seria aquilo sempre fresco,
sempre vivo.
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