Lexicário - Sidnei Schneider

Resgatamos a seção Lexicário (lembra dela aqui no blog?), onde perguntamos a escritores que palavras da língua portuguesa eles consideram as mais interessantes. O entrevistado de hoje é o poeta, tradutor e contista porto-alegrense Sidnei Schneider (que recentemente participou da homenagem a Augusto dos Anjos na Casa de Cultura Mário Quintana). O escritor tem dois livros de poesia publicados, traduziu Versos Singelos, de José Martí (SBS, 1997), e tem material publicado em diversas antologias poéticas, além de jornais e revistas.   


CLL - Qual palavra da língua portuguesa tu mais gostas?

Schneider - QUICHILIGANGUES. É a palavra que dá título ao meu livro. Gosto da sonoridade de quichiligangues. Ela tem um balanço, ela dança. E eu tinha um dicionário que, sempre que eu o abria, caía na página na qual constava essa palavra. É uma palavra que tem origem na língua africana banto, mas já faz parte do português há muito tempo. 

CLL - E qual palavra tu achas que deveria ser resgatada?

Schneider - Bem, quichiligangues já é um resgate, mas... MACAMBÚZIO. Significa o mesmo que meditabundo, amalcabuciado... O que chamaríamos hoje de melancólico, triste ou (termo gaúcho) abichornado. Lembro-me bem desta palavra porque a conheci quando tinha catorze anos - minha namorada me ensinou macambúzio, meditabundo e amalcabuciado, e nunca esqueci.

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