Aniversário de Drummond



Hoje, um dos maiores poetas e contistas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade, completaria seu centésimo nono aniversário. Longe de ser uma simples data a ser relembrada, o 31 de outubro deste ano ocorre em ritmo de festa. Devido à importância do autor para a literatura de língua portuguesa, o dia de seu nascimento será comemorado em sete cidades brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Paraty, Itabira - cidade natal do escritor - e, como não poderia deixar de ser, Porto Alegre) além de Lisboa, em Portugal.

O planejamento para o primeiro dia D, como foi apelidado o aniversário, procurou fazer com que 2011 fosse o ano no qual se inicia uma tradição. Espera-se que as palavras de Drummond continuem sendo comemoradas em todos os trinta e uns de outubros vindouros. Sendo assim, a programação de hoje conta com a realização de leituras de poemas, exposições com fotos, desenhos e filmes sobre o escritor.  

Mineiro, Drummond pregava o verso livre, sem necessidade de metrificação complexa e versos recheados de vocábulos complicados. Ele falava sobre o cotidiano, sobre o ser humano e o ambiente no qual se inseria, e construía, com suas palavras, um diálogo com o âmago do leitor. Não é à toa que sua estátua conversa com Mário Quintana na obra Dois Poetas, na capital gaúcha. Drummond, além de ser amigo do escritor gaúcho,  trabalhou como funcionário público durante a maior parte da vida e contribuía regularmente com material para jornais. Assim, dialogava com o leitor por qualquer meio ao qual se dedicasse.


Quem quiser comemorar online, pode realizar a leitura de um  poema de Drummond à frente da webcam e postar no site do dia D, desenvolvido pelo Instituto Moreira Sales. Já na capital gaúcha, o legado de Drummond pode ser festejado no sarau que ocorre às 18h, na livraria Bamboletras (rua Lima e Silva, 776, loja 3). O evento conta com a presença de Maria do Carmo Campus, professora da UFRGS, além das atrizes Laura Medina e Adriane Azevedo, dos poetas Liana Timm, Cris Macedo, Lenira Fleck e Ricardo Silvestrin, e da presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Sofia Cavedon, para a leitura do livro A Rosa do Povo.
Drummond faleceu em 1987. Meses antes de nos deixar, disse acreditar que sua obra seria esquecida dentro de dez anos. Felizmente, o poeta se equivocou. Como escreveu no poema O tempo passa? Não passa:

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.

No caso do escritor, é pelo mito construído em volta de suas palavras que ele renasce. E nada mais justo do que o dia de seu aniversário para comemorar, publicamente, a poesia com a qual Drummond presenteou a nossa realidade. 

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