Ilha Deserta com Paulo Seben

Mais difícil do que ficar isolado em uma olha deserta é ter que optar por um único livro para levar consigo. Nesta semana, nosso entrevistado é o escritor Paulo Seben, coordenador do curso de especialização em Literatura Brasileira da UFRGS. Seben é doutor em Letras e foi vencedor do Prêmio Gaúcho de Literatura na categoria Poesia em 1998. Entre suas obras estão a adaptação do poema épico O Uruguai, de José Basílio da Gama (Editora Leitura XXI, 104 páginas, R$ 16,00); Poemas Podres (Editora Ameopoema, 83 páginas, Esgotado no fornecedor) e O Guarani, de José de Alencar, adaptado para neoleitores (Editora L&PM, 72 páginas, R$ 12,00)

Qual livro você levaria para uma ilha deserta?


Paulo Seben - O Egípcio, de Mika Waltari. É um romanção histórico convencional, vindo de uma fôrma (ele era um bibliotecário norueguês e escreveu vários), de que eu gosto... Tudo que eu gosto: antiguidade com relações possíveis com a arqueologia, boa narrativa, história, religião, sexo, Nefernefernefer, a mulher mais deliciosa de todos os tempos.

O livro

O Egípcio (Itatiaia, 544 páginas, R$ 50,00) é o primeiro romance histórico de Mila Waltari, que se tornou best-seller internacional e serviu de base para o filme hollywoodiano de mesmo nome, dirigido por Michael Curtiz. O livro é a reconstituição da história do Egito mais de um milênio antes de Cristo, narrada por Sinuhe, médico do Faraó. Sinuhe foi abandonado quando criança e criado por pais adotivos. Quando cresceu, ingressou na corte do faraó Amenhotep IV, onde se apaixona por uma mulher bela e ardilosa, chegando a perder todos os seus bens e a própria dignidade. Fugindo do Egito, trava amizade com um dos comandantes do Faraó e se torna espião do exército egípcio, viajando, assim, para diferentes terras, como Babilônia, Creta, Hati e Síria.

Trecho

"Sim, pois eu, Sinuhe, sou um ser humano. Vivi em todos aqueles que viveram antes de mim, e viverei nos que vierem depois de mim. Viverei nas lágrimas e nos risos humanos, no medo e na mágoa humana, na bondade e na torpeza humana, na justiça e no erro, na fraqueza e na força. Não desejo oferendas na minha sepultura e nem imortalidade para o meu nome. Isto foi escrito por Sinuhe, o egípcio, que viveu sozinho todos os dias da sua vida."

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