CooJornal - um jornal de jornalistas

Em 1975, no auge da ditadura militar que com censura prévia e a intimidação calara a maior parte da imprensa, transformando-a em divulgadora de press-releases e vozes institucionais, surge em Porto Alegre o Coojornal.

Criado por um grupo de jornalistas organizados em cooperativa, o jornal rompe com a notícia oficialista e tem na reportagem e na entrevista sua forma de expressão. Foi o início uma experiência inédita no país, um jornal sem dono, autogestionado, com pautas decididas de forma democrática e participativa por seus sócios.A voz é dada àqueles que fazem a história, as histórias são contadas de dentro da vivência das reportagens.











Foram oito anos de jornalismo comprometido, crítico e libertário, enfrentando acusações de todo o tipo, vindas de um serviço secreto que enxergava inimigos e complôs internacionais por todo lado. Jornalistas foram presos e acusados de traição à pátria e “crimes de segurança nacional”. A pressão culminou em um processo de intimidação aos anunciantes. Foi o que conseguiu, afinal, sufocar o jornal, sempre sobrevivendo com parcos recursos. Na mesma época, também os donos de bancas de jornais que vendiam os “alternativos” em todo o país eram ameaçados com bombas, ameaças por vezes concretizadas.


Destes oito anos, ficou a lição de jornalismo ousado, combativo, feito com inteligência e comprometimento.


A experiência está no livro Coojornal – um Jornal de Jornalistas sob o Regime Militar - Rafael Guimaraens, Ayrton Centeno e Elmar Bones (Libretos, 272 páginas, R$40,00), lançado nesta quinta-feira, 9 de junho, na Assembleia Legislativa de Porto Alegre.

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