O A de Ana Terra

As grandes histórias infantis não são compostas apenas por belas palavras, mas também por traços perfeitos, cores vibrantes e cenários inspiradores. No Dia Nacional do Livro Infantil vale destacar a papel fundamental das ilustrações na composição das obras dedicadas às crianças: as imagens ajudam a compreender a narrativa e despertam os pequenos para figuras que compõe seu dia-a-dia.

A ilustradora e escritora gaúcha Ana Terra fala um pouco mais sobre essa arte à qual dedica-se desde 2004, resultado de sua paixão pelo teatro, pela contação de histórias e, claro, pelas crianças. Ana já tem mais de 40 títulos publicados entre eles O P do Pato (2007), Fio (2009), Sai pra lá! (2008), Rua Jardim, 75 (2008) e Rosita Maria Antonia Martins da Silva (2009).

CLL - Quando tu começaste a desenhar?
Ana Terra - Lembro que quando era criança minha mãe grampeava algumas folhas de papel, como se fosse um livro, para eu e uma amiga desenharmos e escrevermos. Depois, trocávamos para uma ler a história da outra. Na minha cabeça aquilo era uma brincadeira, mas possivelmente esse estímulo teve relação com o que passei a desenvolver tempos depois.

Aos 18 anos, trabalhei na Feira do Livro de Porto Alegre como contadora de histórias e outros escritores viram meu trabalho com os bonecos e painéis, e fizeram-me perceber que eu tinha talento para a ilustração. Então, em 2004, ilustrei meu primeiro livro.


CLL - Qual o papel do livro infantil na formação de uma criança?

Ana - Antes de tudo é pelo universo lúdico. A imaginação das crianças cria objetos e cenários paralelos, e o livro serve como um portal para entrar nessa fantasia. Ela precisa visualizar para compor figuras no imaginário - é assim que reconhecem o mundo e aprendem. Para isso, apenas ver é o suficiente.


CLL - E quando o livro é lido pelos pais?

Ana - Quando é dado por um adulto, este deve acompanhar a leitura. Precisa questionar, fazer a criança perceber as coisas, instigar seu raciocínio. Isso estimula para que, quando crescer, interprete corretamente textos e imagens, e saiba analisar criticamente o que assiste.


CLL - Tem alguma técnica, algum cuidado especial ao ilustrar para o público infantil?

Ana - Preciso estar atenta à informação que aquele desenho vai passar. Por exemplo, não posso desenhar crianças correndo risco de morte. Além disso, procuro pensar no que será atrativo, as cores, o material, quero que prenda o olhar da criança.

CLL - O que a Ana Terra ainda tem de criança?

Ana - Ainda tenho muito de criança. Gosto de fazer as coisas para me divertir, seja no meu trabalho, ou nas atividades do dia-a-dia, tento sentir prazer em tudo que faço.
Quando somos criança, a única preocupação é brincar. Hoje, com as preocupações de adultos, procuro resolver brincando. Não gosto de seriedade, de frieza, quando o mundo adulto fica muito adulto.

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