História em conflito

A CLL entrevistou a doutora em história Analúcia Pereira para entender um pouco melhor as revoltas que acontecem desde o final do ano passado no Oriente Médio. Esse cenário será tema do curso Mundo Árabe Contemporâneo que Analúcia ministrará ao lado de Paulo Vizentini durante o 6º Festival de Inverno.

As aulas acontecerão nos dias 25, 26, 27 e 28 de julho no Teatro Renascença.

CLL - Por que as revoltas estão acontecendo nesse momento?

Analúcia - É importante observar que a correlação de forças a nível mundial está mudando. O Ocidente sempre conseguiu fazer aliança com governos que estão no poder há bastante tempo e as sociedades chegaram no limite de suportar essas relações. O momento é de crise econômica e fome em países que têm recursos que garantiriam o bem-estar de todos. Há um vazio de poder externo e uma carência interna.

CLL - As redes sociais estão exercendo um papel importante?

Analúcia - A instantaneidade dos meios de comunicação é muito interessante, mas atinge apenas uma pequena parte da população. Nas manifestações era possível notar a presença de jovens de nível econômico mais elevado, mas as massas que aderiram não tiveram acesso à internet. Foi a crise que de fato as mobilizou, pois os meios de comunicação foram cortados no momento em que as pessoas estavam reunidas. As redes sociais não foram determinantes. 

CLL - Tu consegues visualizar o fim desses conflitos?

Analúcia - É muito difícil. O Egito pode se encaminhar para um processo de democracia. Os outros países não visam essa transformação política. O desfecho depende das consequências que a influência externa pode gerar e daqueles que tiverem mais força.

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