Um papo com Fernando Gabeira

O escritor, jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira esteve em Porto Alegre na última sexta-feira participando da palestra Meio Ambiente e Segurança Alimentar, atração da 27ª Semana do Meio Ambiente, promovida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
Antes de voltar ao Rio de Janeiro, Gabeira concedeu essa rápida entrevista para o nosso blog.


CLL - Qual a relação possível entre política e literatura?
Fernando Gabeira - Não vejo nenhuma relação imediata. No entanto a literatura contribui muito para que muitos países formassem sua identidade, sua cultura. Nesse sentido, há sim uma relação, mas diferente da política, a literatura não busca um objetivo imediato.

CLL - Em algum momento você pensou a escrita do livro O que é Isso Companheiro com o um livro de ficção?

Fernando Gabeira -
Não. Era mais um registro fiel aquele momento. Mas estou elaborando um livro que se pretende ficção tendo como pano de fundo a vida pública. Nesse sentido, a vida pública será a matéria prima desse livro, embora com um contexto ficcionalizado.


CLL - Pelo menos dois livros que para você abalaram o mundo.

Fernando Gabeira -
Pelo ponto de vista político: A biografia de Leon Trotsky, de Isaac Deutscher, uma triologia incluindo os títulos: O Profeta Armado - Trotsky 1879-1921, O Profeta Desarmado - Trotsky 1921-1929 e O Profeta Banido - Trotsky 1929-1940. E no plano mais literário, O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, que é um marco da presença feminina na literatura.


CLL - De que forma você percebe a funcionalidade do discurso poético/literário hoje em dia?

Fernando Gabeira - Veja bem, talvez a função não parta de um princípio de utilidade, percebo que quando a litertaura migra pro cinema, para o palco, ela acaba tendo mais destaque, e por isso talvez possa cumprir uma outra função, outra atuação.

CLL - A cidade do Rio de Janeiro sempre foi tema para a música e literatura, você que pretendeu administrar essa cidade, nesse sentido, qual a grande coincidência do Rio e da litertaura?
Fernando Gabeira - O Rio sempre foi o celeiro dos artistas, a concentração de mineiros, como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, por exemplo, dos baianos, do próprio Vinicíus de Moraes, torna o Rio certamente uma cidade com alma literária.

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