Literatura para além da obrigação

Lúciola, romance urbano de José de Alencar publicado em 1862, apareceu pela primeira vez em forma de folhetim. Com periodicidade semanal, os folhetins eram apresentados em meia folha, na última página do jornal, separado por picote, para ser destacado e guardado como colecionável. Os capítulos sucediam-se sempre deixando um gancho: algo a ser esclarecido ou revelado na semana seguinte, de forma a 'prender' o leitor pela curiosidade.

Qualquer semelhança entre os folhetins do século XIX e as telenovelas da atualidade não é mera coincidência. A telenovela brasileira, de forma geral, tem uma estrutura folhetinesca em todos os sentidos: no modo de apresentação, em capítulos; no público alvo, em geral mulheres de classes populares; no desenrolar da ação, apresentando conflitos e serem superados; bem como na caracterização das personagens, indo da caricatura dos mais humildes ao em geral idealizado padrão das elites.


Considerado o romance em que Alencar atinge seu ponto mais alto como ficcionista, Lucíola trata do tema da prostituição buscando revelar, de forma 'realista', segundo parâmetros românticos, a vida da alta sociedade carioca da época. Dessa forma, seguindo a estrutura tradicional dos romances românticos, temos aqui a história de uma paixão impossível entre um bacharel de boa família e uma prostituta de luxo apresentada de forma ambígua, entre mulher idealizadamente virtuosa e mulher demoníacamente contestadora da ordem social e familiar burguesa.

Assim, com um notável realismo erótico, mesclado com a típica redenção romântica na parte final do texto, o leitor é levado a visualizar um verdadeiro painel dos costumes e da fisionomia moral do Rio de Janeiro do início do século XIX.

Curioso em visualizar as performances de uma prostituta de luxo do Brasil Imperial? Leia Lúciola na íntegra, e descubra do que ela era capaz!



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