Um recorte premiado sobre o Prêmio Açorianos de Literatura - Luiz Gonzaga Lopes

Luiz Gonzaga Lopes na noite do livro recebendo o troféu Xico Stockinger, categoria "Destaque Literário." 

Surpreso, porém honrado 

Por Luiz Gonzaga Lopes 


Receber o prêmio de Destaque Literário do Açorianos de Literatura, o nosso Oscar das letras, não foi pouca coisa. A literatura transformou a minha vida ou pelo menos subverteu a minha forma de ser. Do garoto muito físico, teimoso, inteligente e muitas vezes agressivo, que gostava de brincar sozinho, muito criativo, que inventava enredos de histórias, torneios de futebol, notícias e roteiros de filmes e novelas, passei a ser mais reflexivo com os Irmãos Grimm, Monteiro Lobato, Tesouro da Juventude, Larrouse, Dickens, Machado, Alencar, Marcos Rey, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, e outros. Então, a partir daí ler e tão somente ler virou uma obsessão, mas os jogos de futebol, basquete, namoradas, noitadas, filmes acabaram me jogando de um lado para o outro. Desde que entrei para o curso de Comunicação Social - Jornalismo, a leitura e a escrita passaram a me acompanhar nos mais variados gêneros. Achei que iria escrever e publicar mais, pois são centenas de poesias, crônicas, contos e letras de música escritas à mão e à máquina e depois do computador, o romance veio ter comigo. Publiquei um romance “Amor sobre tela”, em 2007, e já emplaquei alguns contos em jornais e revistas no Histórias do Trabalho, 9ª edição, em 2002. Pelo menos três romances estão iniciados, à guisa de conclusão. 

Mas o meu envolvimento com a literatura passou a ser maior pela via do jornalismo cultural, na cobertura de eventos literários, entrevistas com autores e pessoas ligadas à cadeia do livro e também pela leitura de autores que passaram a ser o tapete escrito que eu pisava, sentava e voava, como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Paul Auster, Italo Calvino, Alain de Botton, António Lobo Antunes, Fernando Pessoa, Moacyr Scliar, João Gilberto Noll. Enfim, passei a construir um trabalho de acompanhamento da literatura que ao mesmo tempo me dava prazer e me propiciava aquele contato e aprendizado contínuo com pessoas que fazem este delicado e pungente universo do livro. Com isto, procurei sempre dar uma atenção especial à literatura nas rádios, jornais e revistas que trabalhei, com atenção mais do que especial nos últimos dois anos, referendada pelo blog Livros A+, que procura aprofundar a obra, mas também a vida dos escritores, e o Caderno de Sábado, suplemento literário e cultural mais tradicional do Rio Grande do Sul, que nos anos 1960 e 1970 revelou os principais contistas, articulistas e ensaístas do Estado, desde Guilhermino César, Affonso Romano de Sant´Anna, José Hildebrando Dacanal, Antonio Hohlfeldt, Armindo Trevisan, Sergio Faraco, Luiz Antônio de Assis Brasil, Sergius Gonzaga, Jane Tutikian, Paulo Hecker Filho, entre outros, e que foi retomado em parceria com Juremir Machado da Silva desde o início de março de 2014, após mais de 33 anos de inatividade. 

Orquestra de Brinquedos atração musical da noite do livro, juntamente com
Marcio Pinheiro (Coordenador do Livro e Literatura) e Luiz Gonzaga Lopes
vencedor na categoria "Destaque Literário."
Então, ao dizer que me sinto surpreso, porém honrado, não é retórica, pois realmente amo os livros, como a grande maioria dos premiados no Açorianos. Considero esta premiação um estímulo para continuar o embate diário por maior espaço para a literatura feita neste mundo e por todos os temas ligados à cadeia do livro. Obrigado à Coordenação do Livro e Literatura da Secretaria Municipal de Cultura e aos jurados do Prêmio Açorianos pela distinção.




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