Poesia Feminina na América Latina | Bolívia e Equador

María Quiroga Vargas
María Quiroga Vargas nasceu em 1898, em Cochabamba, na Bolívia. É considerada uma das maiores escritoras de seu país por romper as barreiras literárias de seu tempo. Em um meio nitidamente masculino, Maria Vargas conquistou o respeito e a admiração de seus colegas poetas. Ela era considerada igual entre seus companheiros de letras, o que, para a época, era quase impossível.

José Edmundo Paz-Soldán, considerado atualmente o melhor escritor da Bolívia, fala com propriedade da importância da obra da escritora para seu país, que a deixou esquecida. “Em seus melhores momentos, Maria Quiroga Vargas tem a força das melhores poetisas de uma geração, entre outras: Gabriela Mistral e Juana de Ibarborou. A sensualidade da sua poesia lembra a de Delmira Agustini, mas o objetivo de Quiroga é diferente, pois aqui a natureza é o motivo de entrega do sujeito poético: ‘Yoquisiera perderme dentro de los trigales/ engalarnar com áureas espigas mis cabellos...’ Há na autora um profundo existencialismo a manera de Ruben Darío em ‘Cantos de amor, vida e esperança.’ A esquecida poetisa boliviana merece um lugar no cânone poético latinoamericano da primeira metade do século XX”, conclui. A escritora faleceu em 1981, em Cochabamba.

Confere os versos da poeta:

AMOR
Mézclate con la tierra, entrégate al gusano
que te absorban las plantas y te hagan florecer
que te transformes íntegro en su solo momento
ya que todo momento vive en la eternidad.

Ríte de la carne pues la carne duele
te limita la forma, te tortura el dolor
brillarás en la estrella, te apagará la sombra
y serás todo y nada... ¿Qué más quieres amor?



Dolores Veintemilla
Dolores Veintimilla nasceu em Quito, no dia 12 de julio de 1829. Foi uma poeta equatoriana.

Em seu curto período de vida foi criadora de inspiradores poemas e trabalhos literários. Seu poema mais conhecido é Quejas - onde transmite o fracasso de seu casamento com o médico colombiano Sixto Galindo. Assim como seu pensamento, muito mais a frente que sua época, sua personalidade a levaria a uma incessante dor e angustia. Faleceu tragicamente em Cuenca, abandonada pelo esposo, quem repreendeu sua imortal poesia. O poema Quejas é o eco profundo da agonia moral que impulsionou a poeta ao suicídio na noite do dia 23 de maio de 1857, aos 26 anos.

Confere os versos da poeta:
¡QUEJAS!

 ¡Y amarle pude!... Al sol de la existencia
 se abría apenas soñadora el alma...
 Perdió mi pobre corazón su calma
 desde el fatal instante en que le hallé.
 Sus palabras sonaron en mi oído
 como música blanda y deliciosa;
 subió a mi rostro el tinte de la rosa;
 como la hoja en el árbol vacilé.

  Su imagen en el sueño me acosaba
 siempre halagüeña, siempre enamorada;
 mil veces sorprendiste, madre amada,
 en mi boca un suspiro abrasador;
 y era él quien lo arrancaba de mi pecho,
 él, la fascinación de mis sentidos;
 él, ideal de mis sueños más queridos;
 él, mi primero, mi ferviente amor.

  Sin él, para mí, el campo placentero
 en vez de flores me obsequiaba abrojos;
 sin él eran sombríos a mis ojos
 del sol los rayos en el mes de abril.
 Vivía de su vida aprisionada;
 era el centro de mi alma el amor suyo,
 era mi aspiración, era mi orgullo...
 ¿por qué tan presto me olvidaba el vil?

 No es mío ya su amor, que a otra prefiere;
 sus caricias son frías como el hielo.
 Es mentira su fe, finge desvelo...
 Mas no me engañará con su ficción...
 ¡Y amarle pude delirante, loca!
 ¡No! mi altivez no sufre su maltrato;
 y si a olvidar no alcanzas al ingrato
 ¡te arrancaré del pecho, corazón!

Maria Mercedes Carranza
María Mercedes Carranza nasceu em  Bogotá, no dia 24 de maio de 1945. Formada em Letras pela Universidade de los Andes, trabalhou grande parte de sua vida como jornalista dirigindo páginas literárias. Graças a sua poesia, seus ensaios e ativismo cultural Maria se tornou uma figura marcante dentro da literatura colombiana da segunda metade do século XX.

Em 1986 fundou a Casa de Poesía Silva em Bogotá, que dirigiu até sua morte. Faleceu em 2003.

Confere os versos da poeta:

ELEGIA

Caminaba mirando el cielo
y me fui de narices.
Ahora echo sangre por todas partes:
las rodillas, el aire, los recuerdos:
mi falda se desgarró
y perdí los aretes, la razón.
¿No hay en el alma
una manera otra
de vivir un desamor?



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