Os personagens mais azarados da literatura

Depois da ressaca de final de ano, seja no mar, seja no copo, o 2013 entrou.  Para nossa sorte o mundo não acabou em 2012, mas seguiu adiante com o ano do 13. O que nos reserva este ano, hein? Será que com ele não se aprochega um pouquinho azar? Claro que não, não para a gente, mas quem sabe para alguns (já há muito azarados) personagens da literatura. Na semana especial Dia do Leitor (7/01), a CLL preparou uma seleção com alguns dos personagens mais azarados da literautra mundial. Hoje serão lançados três livros, amanhã outros três (contando um pouco a história de seus personsagens azarados). Confere aí os três primeiros e dá teu pitaco:

Os Miseráveis, de Victor Hugo.


Os Miseráveis de Victor Hugo é uma das mais importantes obras sobre revolução francesa. A obra literária lançada no de 1862, já recebeu mais de 30 adaptações cinematográficas, além do famoso musical homônimo. O azar está em todos nesse livro, os personagens levam vidas muitos infelizes e azarentas (vide o título). Fantineé abandonada por seu grande amor, vira mãe solteira e sofre por isso, vira prostituta numa tentativa desesperada de criar sua filha, Cosette, em vão, ela deixa a menina com um povo que só sabe gastar o pouco dinheiro que a mãe envia á filha e maltratar a pequena. Já Jean Valjean, é preso por roubar um pão para alimentar a irmã e os sobrinhos, passa longos anos na cadeia por isso e depois vive com o fantasma de ser um ex-presidiário, sofre preconceito, e é perseguido anos e anos por um policial maluco. Esses são só alguns dos tormentos por qual Fantine, Jean, Cosette passam. Em torno deles giram algumas outras personagens, principalmente testemunhando a miséria deste século, a pobreza miserável, todos vítimas de uma socidade desigual, de um destino cruel. Eis Os Miseráveis, os azarados.



O jogador, Fiódor Dostoiévski.








O Jogador foi publicado em 1866, ano em que saiu também Crime e Castigo. Passado na Alemanha, num ambiente de casinos, Aleksei Ivánovitch destaca-se como figura principal - um jovem com um forte sentido crítico em relação ao mundo que o rodeia, mas carente de objectivos, que descobre em si a paixão compulsiva pelo jogo, Ivánovitch é lançada no turbilhão do vício e, aos poucos, acaba perbendo que as duas faces da moeda: a sorte e azar. Acontece que Aleksei, como não poderia ser diferente numa de história de Dostoiévski, acaba conhecendo muito o pior lado dessa dicotomia. Dostoiévski expõe as personagens nas suas motivações mais íntimas, com humor e ironia, criando uma obra simultaneamente viva e profunda, na melhor tradição dostoievskiana. O fascínio torturado dos jogadores adequa-se genialmente ao tratamento de temas caros ao autor, e ainda o descontrolo e o desespero, as paixões que raiam a loucura e a solidão sem perspectivas, além de uma análise social impiedosa, por vezes satírica. O Jogador, uma das obras mais lidas deste autor, tem muito da experiência do próprio Fiódor Dostoiévski, que também foi um jogador compulsivo durante vários anos.

O Primo Basílio, de Eça de Queirós.

O azar no amor. O Primo Basílio conta a história de Luísa, jovem sonhadora e ociosa da sociedade lisboeta, que acaba envolvida por Basílio, seu primo, com quem se reencontra, após anos de distância. Achando-a sozinha, já que Jorge, o marido, viajara a negócios, Basílio serve-se de sedução e galanteios, até levá-la a se envolver profundamente consigo, tornando-se sua amante. Juliana, a criada, descobre a corres­pondência trocada por ambos e chantageia a patroa.

Após sofrer muitas humilhações e ter que se submeter aos caprichos da crudelíssima criada, Luísa consegue, ajudada por um amigo, reaver as cartas; e Juliana, pressionada a entregá-las, ante as ameaças, acaba morrendo do coração. Após tanto sofrimento, Luísa adoece. Basílio, de há muito, encontra-se longe de Lisboa. Jorge regressa ao lar. Certo dia, chega uma carta do primo para a esposa e o marido intercepta a correspondência e toma conhecimento de tudo que ocorrera.

Desesperado e sofrendo demasiadamente, ainda assim Jorge resolve perdoar Luísa. Ela, no entanto, piora muito ao saber que o marido descobrira tudo o que fizera de errado. A história de amor adúltera, a história da azarada de Luísa, tem como pano de fundo a Lisboa da segunda metade do século XIX, Lisboa essa que Eça de Queirós critica, principalmente o escalão burguês da cidade.



Todos os títulos acima se encontram disponíveis para a retirada na Biblioteca Municipal Josué Guimarães, localizada no Centro Municipal de Cultura Lupicínio Rodrigues, Avenida Erico Verissimo, 307 - Bairro Menino Deus, Porto Alegre.

De segunda a sexta-feira, das 9h às 17 horas.
Sábados, das 14h às 18 horas.
*Janeiro e fevereiro a biblioteca abre somente de segunda à sexta-feira.

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