O livro do ano: Afrontar fronteiras


Foto: Schari Kozak
Afrontar Fronteiras (Movimento, 2012), ensaio do escritor, tradutor e professor Donaldo Schüler, recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura 2012 na categoria Ensaio de Literatura e Humanidades e  também o destaque de Livro do Ano, prêmio (acompanhado do valor de dez mil reais) dado ao melhor livro dentre os vencedores de todas as categorias.

Donaldo Schüler, autor de vasta obra, com os ensaios Teoria do romance; Narciso Errante; Eros: dialética e retórica; Na conquista do Brasil; Heráclito e seu (dis)curso; Origens do discurso democrático; Refabular Esopo, além de romances e traduções, mescla distintas áreas do saber: letras, economia, arquitetura e urbanismo, ecologia, política, neurociência e filosofia. O escritor é curador do programa Fronteiras do Pensamento e acumula diversos prêmios literários, a saber: pela tradução de Finnegans Wake, de James Joyce (APCA de 2003 e Prêmio Jabuti 2004); o Fato Literário (2003); o Prêmio Açorianos de Literatura (categorias tradução, em 2004, e literatura infanto-juvenil, em 2005); Prêmio de Literatura Joaquim Felizardo (Prefeitura de Porto Alegre, 2008).

O seminário Afrontar Fronteiras realizado em 2011, no StudioClio, composto por encontros mensais com pensadores nacionais e internacionais, deu origem à obra homônima, a qual retoma os assuntos abordados e constitui-se, portanto, a partir de amplo debate. Afrontar Fronteiras amplia as discussões acerca do cérebro, da mente, da máquina, da cultura erudita e popular, da violência, do trabalho, da mulher, da globalização, atentando para contextualizá-las tanto local, como nacional e mundialmente. É marcado pelo estilo reflexivo e ao mesmo tempo pontual, com sentenças breves e densas, como segue:


A violência vem de quem não argumenta, Hermógenes. A violência é cega, não pensa. Para o violento o signo não se desprende do referente, a realidade comporta um discurso apenas, escolha não há. Para que julgamento? Não havendo espaço para discursos divergentes, o violento permanece subjugado à tradição.

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