O livro do ano: Afrontar fronteiras
Foto: Schari Kozak |
Donaldo Schüler, autor de vasta obra, com os ensaios Teoria do romance; Narciso Errante; Eros: dialética e retórica; Na conquista do Brasil; Heráclito e seu (dis)curso; Origens do discurso democrático; Refabular Esopo, além de romances e traduções, mescla distintas áreas do saber: letras, economia, arquitetura e urbanismo, ecologia, política, neurociência e filosofia. O escritor é curador do programa Fronteiras do Pensamento e acumula diversos prêmios literários, a saber: pela tradução de Finnegans Wake, de James Joyce (APCA de 2003 e Prêmio Jabuti 2004); o Fato Literário (2003); o Prêmio Açorianos de Literatura (categorias tradução, em 2004, e literatura infanto-juvenil, em 2005); Prêmio de Literatura Joaquim Felizardo (Prefeitura de Porto Alegre, 2008).
O seminário Afrontar Fronteiras realizado em 2011, no StudioClio, composto por encontros mensais com pensadores nacionais e internacionais, deu origem à obra homônima, a qual retoma os assuntos abordados e constitui-se, portanto, a partir de amplo debate. Afrontar Fronteiras amplia as discussões acerca do cérebro, da mente, da máquina, da cultura erudita e popular, da violência, do trabalho, da mulher, da globalização, atentando para contextualizá-las tanto local, como nacional e mundialmente. É marcado pelo estilo reflexivo e ao mesmo tempo pontual, com sentenças breves e densas, como segue:
A violência vem de quem não argumenta, Hermógenes. A violência é cega, não pensa. Para o violento o signo não se desprende do referente, a realidade comporta um discurso apenas, escolha não há. Para que julgamento? Não havendo espaço para discursos divergentes, o violento permanece subjugado à tradição.
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