Prêmio Açorianos: A árvore que falava aramaico

A árvore que falava aramaico (Asterisco, 2011), de José Francisco Botelho,  também é finalista do Prêmio Açorianos de Literatura 2012 na categoria Conto.

O curioso título que dá nome à obra de José Francisco Botelho não se distancia da estranheza da obra a partir daí. Pra não ser injusto com o autor, relevemos o bom caráter desse estranhamento: a diversidade temática e estética do seu texto desconforta o leitor tradicional do conto e o convida para mergulhar num mundo múltiplo de infinitos caminhos a se seguir - verossímeis ou não.

Gustavo Czekster, mestre em Literatura Comparada pela UFRGS, descreve muito bem (em seu site) a força do estilo de Botelho quando diz que
a relutância em admitir que tinha lido algo único e irrepetível e, ao mesmo tempo, a incômoda sensação de que as histórias de Botelho entravam sem pedir licença na minha vida, ora assemelhando-se a uma existência que eu não tive, ora rivalizando com antigos e inconfessados pesadelos.
O leitor de A árvore que falava aramaico é levado a usfruir da trama desde a primeira linha - num primeiro momento, pela história. No instante seguinte, o leitor (já crítico, e que busca não ser trapaceado pela estrutura do livro) ri com o autor da sua habilidade ímpar em compor a estética narrativa de cada conto. Enfim, há fluidez de qualquer forma.

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