A Literatura e a Periferia

Na útlima sexta-feira, dia 9 de Novembro, rolou mais um baita evento na 58° na Feira do Livro de Porto Alegre. A mesa-debate, que tratou sobre A literatura e a periferia, contou com a participação de Manoel Soares, jornalista, colunista e colaborador do jornal Diário Gaúcho, Paulo Lins, escritor, autor de Cidade de Deus e Desde que o Samba é Samba, e também contou com a mediação de Lucia Jahn, editora-chefe da Editora da Cidade. Como não poderia ser difrente, a Coordenação do Livro e Literatura também estava presente para conferir.
Entre as questões levantadas pela mediadora Lucia Jahn, o debate acerca da crescente produção literária chamada de periferia, que hoje em dia, e cada vez mais, é feita não mais fora de seu ambiente, ou seja, da periferia, mas a partir de dentro dela própria, e surge como uma expressão desse meio, sem cair em exotismos ou caracterizações infundadas. 
Sobre isso, Paulo Lins, autor de Cidade de Deus, declarou: 
 
Paulo Lins, autor de Cidade de Deus e Desde que o Samba é Samba.
"Um assunto muito debatido. A periferia possui uma consciência política muito grande. Uma consciência político-social, porque também é uma consciência político-cultural. E esse foi o meio que a periferia achou para se segurar e se estabelecer dentro disso. Agora, essa periferia da literatura marginal, por exemplo, eu comecei escrever versinhos quando criança, escrevia poema, ou seja, escrevia o que não tinha nada a ver com a criminalidade. E aí me chamaram para escrever um livro sobre criminalidade. E isso era mais urgente.Naquele momento, era uma forma de escrever sobre a violência policial, sobre o racismo, nesse contexto. A maioria dos escritores de literatura marginal começaram a escrever sobre esse assunto porque era mais urgente. O Brasil é lugar onde se mata mais jovens negros, entre 15 e 25 anos. E onde eles estão? Na periferia."
Manoel Soares, jornalista, colunista do Diário Gaúcho.
  
Manoel Soares comentou sobre a valorização do negro e também da cultura negra, ressaltou o quanto somos privilegiados, usou o exemplo do Apartheid, movimento separatista-racial ocorrido por longo tempo na África do Sul, e comentou as diferentes etnias presentes na plateia. Manoel concordou em muitos pontos com Paulo Lins e ainda ressaltou a importância de movimentos periféricos pioneiros, como o Hip-Hop e o Rap, que, segundo ele, foram os  primeiros passsos no caminho da valorização e, também, da crítica sobre a periferia e feito dentro dela. Ainda stabeleceu uma relação entre  o estar ligado no que está acontecendo hoje, manifestações culturais, periféricas ou não,  e a maneira como utilizar esses meios de maneira eficiente e crítica. Segundo ele, esse é o caminho. Disse não ser escritor, mas sim um comunicador, um comunicador que se utilizada do suporte necessário para comunicar, seja ao escrever, ao falar ou desenhar.



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