Felicidade desconstruída

"Não acreditem em tudo que falei. Minhas palavras são para provocar, inquietar."

As tantas dúvidas que Marcia Tiburi despertou no público foram uma resposta ao dever cumprido. O curso Felicidade?, ministrado pela filósofa durante o Festival de Inverno, encerrou na tarde de ontem com muitos aplausos e agradecimentos.

- Adorei o público, me inspirou muito. Fizeram perguntas inteligentes e demonstraram interesse pela filosofia. Foi desconstrutivo e eles não ficaram com medo, pensaram junto essa questão tão complexa e já banalizada. É preciso desmontar a mitologia da felicidade, devolver para o seu lugar de origem, a filosofia - afirmou Marcia.


Neste último dia, a convidada falou sobre a felicidade na era digital e como utilizamos as imagens e o cinema para satisfazer necessidades e prazeres que deveriam ser vividos. Pensadores como Freud, Marx, Adorno, Horkheimer Flusser e Benjamin foram citados para entender a noção que a nossa sociedade tem de felicidade e mostrar o oposto, desconcertar.

- É como andar por um caminho tenso. A gente começou a olhar para diversas paisagens em torno desta estrada e sempre viu a felicidade de um jeito muito nebuloso, como uma tensão que nunca vai se resolver. A gente não consegue descobrir o conceito de felicidade porque a gente tem que construir. Ela não é descoberta, é inventada.

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