De memória

Com o assunto praticamente recitado de memória, tamanha foi a pesquisa envolvida e o número de vezes que já teve de tratar do assunto, Paulo Markun veio à Sala Álvaro Moreyra para falar sobre a Campanha da Legalidade, parte da programação do 6º Festival de Inverno. No ano passado, o jornalista havia vindo a Porto Alegre para participar do 24 Horas de Cultura, também organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, onde falou sobre 1961 - Que as Armas não Falem, escrito em parceria com Duda Hamilton, que não pôde vir à Capital por conta de uma gripe.

O livro foi novamente o ponto central da conversa. Citando os principais eventos que levaram à tentativa malfadada de posse do vice-presidente João Goulart (a renúncia de Jânio Quadros, a passagem de Jango pela China, o debate acerca do sistema parlamentarista de governo, etc.) e que resultaram na tal campanha pela legalidade, Paulo traçou um panorama político do país e retratou alguns dos personagens envolvidos. Entre eles, é claro, destaca-se a figura de Leonel Brizola.

"Ele era muito bom de mídia, usou o rádio como uma ferramenta poderosíssima", afirmou Paulo. Para aumentar o já volumoso folclore existente entorno da figura de Brizola, Paulo contou que certa vez Dom Vicente Scherer, então arcepisbo de Porto Alegre, foi à casa de Brizola para "prestar serviços à irmã de Jango, dona Neusa [casada com Brizola], e, prontamente, ele começou a anunciar na rádio que o arcebispo tinha vindo para ajudar a causa".

Amanhã, dia 26, o curso Legalidade: 50 Anos Depois continua. O convidado será o professor e escritor Juremir Machado da Silva.

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