Ô chuva!

Esse tempo chuvoso, que nos inspira ficar em casa, comendo “bolinho de chuva” e lendo um bom livro, também inspira autores a escrever grandes histórias. Esses são 5 livros que tem a chuva com “personagens principais”:


Um dia de chuva, Eça de Queiroz (Cosac Naify, 56 páginas, R$39,00)

Um dos últimos contos escritos por Eça de Queiros, é pouco conhecido até por especialistas do autor português. Trata-se de uma história de amor encoberta por uma chuva incessante que impossibilita José Ernesto cumprir sua tarefa: comprar uma quinta, para fugir da cidade grande. Impossibilitado de visitar a propriedade, ocupa seu tempo conversando com o padre da paróquia local, que também é procurador dos donos da casa, e o caseiro. Entre várias histórias, José Ernesto ouve o padre falar de D. Joana, filha do proprietário da quinta que está interessado, por quem se apaixona mesmo antes de conhecer.

Dança da chuva, Dennis Lehane (Companhia das Letras, 424 páginas, R$52,50)

Dennis Lehane já teve seus livros adaptados para o cinema por Clint Eastwood. Nesse romance policial Patrick Kenzie conhece a jovem Karen Nichols que, seis meses depois do encontro, se suicida. Para os jornais, tudo estava muito claro - depois do acidente que deixou o marido de Karen em coma, sua vida desmoronou até o ponto em que não lhe restava nada senão saltar do alto de um edifício. O único que não aceita essa versão é Patrick Kenzie. Agora, com a ajuda de sua ex-parceira Angela Gennaro e do traficante de armas Bubba Rogowsky, Kenzie parte atrás de um assassino invisível, alguém que se infiltrou na vida de Nichols e, pouco a pouco, a destruiu. O problema é que esse homem acabou de eleger seus novos alvos, e, para o trio de amigos, a questão passa a ser encontrá-lo ou morrer.

O silêncio da chuva, Luiz Alfredo Garcia-Roza (Companhia das Letras, 264 páginas, R$43,00)

Romance de estréia de Luiz Alfredo Garcia-Roza, foi vencedor dos prêmios Nestlé e Jabuti de 1997. Na linha de romance policial, o Silêncio da Chuva traz o inspetor carioca Espinosa que costuma sentar em um banco da praça Mauá e ficar olhando o mar para refletir sobre seus casos. Desta vez, um executivo fora encontrado morto com um tiro, sentado ao volante de seu carro. Além do tiro, único e definitivo, não havia outros sinais de violência. Como é possível ninguém ter visto nada, ninguém ter ouvido o tiro?

A chuva antes de cair, Jonathan Coe (Record, 256 páginas, R$39,90)

Neste romance, considerado pelo jornal americano The New York Times e o inglês The Guardian uma obra-prima Jonathan Coe retrata a natureza fugaz do amor e da felicidade, baseada no sólido legado transmitido de uma geração à outra. A derradeira tarefa da vida de Rosamond é descrever uma série de 20 fotografias que, juntas, contam um trágico passado familiar. Com sua morte, Gill, sua sobrinha, descobre que a tia deixou essa herança para alguém chamado Imogen.


O assassino na chuva, Raymond Chandler (L&PM, 375 páginas, R$49,00)

No livrio O assassino na chuva, estão os primeiros textos de Chandler, publicados nos anos 30 na célebre revista Black Mask, da qual o próprio Hammett era dono. Estes textos - politicamente incorretos, imbuídos da atmosfera ambígua da recessão e passados na Los Angeles que já é a meca do cinema e da perdição - dão conta de um escritor maduro e seguro de suas técnicas. Já nestas histórias estão presentes as descrições especialíssimas e o estilo inconfundível do autor - a habilidade para manipular níveis de tensão e o talento para reinventar um subgênero muitas vezes desvalorizado e elevá-lo ao estado de arte. E, por meio da arte, refletir sobre a natureza violenta do ser humano. Traços e características que culminariam nos romances protagonizados por Philip Marlowe, o mais querido detetive da literatura moderna.

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