Ilha Deserta

Para responder a uma questão tão difícil – quase existencial - como pode ser a escolha de um, e apenas um livro a ser levado consigo para um exílio em uma ilha deserta, ninguém melhor do que a filósofa, escritora e produtora cultural Carol Teixeira.
Nascida em 1979 no Rio de Janeiro, Carol diz considerar-se gaúcha, já que morou em Porto Alegre desde os primeiros anos de vida. Atualmente ela mora em São Paulo, é formada em filosofia e autora dos livros Verdades e Mentiras (L&PM, 120 páginas, R$ 21,00) e De Abismos & Vertigens (Sulina, 125 páginas, R$ 24,00). Além disso, é colunista da revista VIP, apresentadora do programa LADO C, da L&PM Web TV, e vocalista e tecladista da banda Brollies & Apples.


Qual livro você levaria para uma ilha deserta?

Carol Teixeira - Eu escolheria A Insustentável Leveza do Ser (Companhia de Bolso, 312 páginas, R$ 24,00), do Milan Kundera. Acho genial a maneira com a qual ele aborda essa metáfora do peso e da leveza. Acho esse livro um tratado sobre o amor e a densidade da alma humana. Volta e meia releio ele na minha vida - e sempre tenho uma leitura diferente de acordo com a fase em que me encontro. É um livro que se mantém muito vivo e em movimento para mim.

O livro:

Escrito e publicado no ano de 1984, A Insustentável Leveza do Ser é o trabalho mais popular de Milan Kundera. A narrativa, que acompanha os amores e os desamores de Tomás, Teresa, Sabina e Franz é como uma grande crônica acerca da frágil natureza do destino, do amor e da liberdade humana. Mostra como uma vida é sempre um rascunho de si mesma, como nunca é vivida por inteiro, como o amor pode ser frágil e como é impossível de repetir-se.

Trecho:

“O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está a nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.
Então, o que escolher? O peso ou a leveza"?

Comentários

  1. Mas ah, Carol Teixeira. Um arraso até na escolha de seu livro!
    Luciano H.B.

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