Nem sempre se vê mágica no absurdo

Libriano de 11 de outubro e o mais "peixe fora d'água" dos cariocas, Lobão é um dos maiores ícones do rock brasileiro. Cantor, compositor, músico e apresentador de tv, ele já se aventurou no ramo editorial e, em 2003, lançou a revista cultural Outracoisa, que reunia textos de músicos e pensadores como José Celso Martinez Corrêa, Laerte e Martha Medeiros.
Com músicas que se tornaram hinos de uma geração, Lobão concedeu uma entrevista para o blog Poemas no Ônibus e falou sobre poesia e suas composições.


CLL - A poesia deve transcender a linguagem verbal?
Lobão - A poesia está além de qualquer linguagem. Para encontrá-la basta percebê-la nas coisas que nos circundam.

CLL - Em qual dicção poética o Lobão de hoje se afina mais?
Lobão - Eu não tenho nenhum compromisso com nada que já fiz. Se já fiz, está lá. O que vem de novo não se alinha a nada. É sempre uma outra história.

CLL - Nem sempre se vê mágica no absurdo /Nem sempre se vê lágrima no escuro. De onde partiram essas construções?
Lobão - Vendo um filme sobre o Touro Sentado quando tentou fazer uma dança da chuva e depois de nada conseguir, concluíu: Nem sempre as mágicas funcionam...

CLL - No período da escrita do seu livro/biografia, essa disciplina foi determinante ou a criação pra você existe também no meio do caos?
Lobão - Eu sou muito metódico. Acordo sempre às 5 da manhã e começo a escrever das 7 da manha à 1 da tarde. Disciplina é tudo.

Confira a entrevista na íntrega no blog Poemas no Ônibus.


Dica CLL:
50 anos a mil
Lobão e Claudio Tognolli (Nova Fronteira, 752 ps., R$ 59,90)

Ao completar 50 anos, Lobão se viu sem sucesso, afastado das gravadoras, do rádio e concluiu “estou morto”. Foi então que carioca se mudou para São Paulo, e lá começou a escrever suas memórias.
50 anos a mil é uma autobiografia escrita a quatro mãos. Enquanto Lobão escrevia sobre suas experiências, o jornalista Claudio Tognolli corria atrás de depoimentos e de documentos judiciais.
O livro fartamente ilustrado, conta a história do menino que queria ser jogador de futebol e acabou se transformando num dos grandes nomes do rock brasileiro. As músicas, os amigos, as confusões com a polícia - o grande lobo não poupa nada nem ninguém.

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