100 anos de Rachel

Em 17 de novembro de 1910, no Ceará, nasceu aquela que seria considerada por muitos a melhor escritora brasileira, Rachel de Queiroz.

Descendente de José de Alencar, aos 15 anos, Rachel formou-se professora e, logo depois, começou a escrever crônicas e poesias no jornal “O Ceará”, onde lançou seu primeiro romance, História de um Nome, em forma de folhetim.

Escreveu seu primeiro livro, por causa de um rígido tratamento de saúde que a forçou a ficar em repouso absoluto. O tema era luta do povo nordestino contra a seca e a miséria, e o título era O Quinze. Essa obra fez de Rachel uma personalidade literária nacional.

Ajudou a fundar o núcleo do Partido Comunista em Fortaleza e, ao ter uma obra reprovada por ele, rompeu com o PC. Apoiou o golpe militar de 1964, e ocupou cargos públicos no período da ditadura.

Jornalista, tradutora, romancista, escritora e importante dramaturga Rachel era a autora de maior destaque na ficção social nordestina. Em 1977, tornou-se a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras.

A cadeira número 5 era de uma mulher! Apesar do grande agitação do movimento feminista da época, Rachel declarou que tinha entrado na Academia não por ser mulher, mas sim pela sua obra e completou “Quase todos os meus amigos são homens, eu não confio muito nas mulheres”, um banho de água fria nas mulheres revolucionárias da época.

Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. 13 dias antes de completar 94 anos, Rachel de Queiroz morreu em seu apartamento no Rio de Janeiro. Ela, que se considerava muito mais jornalista do que escritora, deixou uma vasta obra literária e soube, como poucos, ser profunda de maneira simples e sem exageros.

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