Paixão Côrtes é o patrono da 56ª Feira do Livro



O desenlace saiu na manhã desta quarta-feira (01/09), quando o tradicionalista Paixão Côrtes foi anunciado pelo presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, João Carneiro, como o novo patrono da Feira do Livro de Porto Alegre.

Modelo-inspirador para a estátua do Laçador, Côrtes disputou o patronato da Feira do Livro com personalidades bastante reverberadas na vida literária do Estado: Airton Ortiz, Jane Tutikian, Juremir Machado da Silva e Luís Augusto Fischer. A escolha, realizada por um colegiado de notáveis, presta homenagem a um personagem mítico, sem o qual não se pode falar em cultura gaúcha.

Embora não seja reconhecido como literato - ele próprio não se considera escritor -, passa por Paixão Côrtes a construção e a valorização da identidade do gaúcho. Compositor e folclorista, Côrtes fundou o Movimento Tradicionalista junto a Barbosa Lessa (patrono da Feira no ano de 2000) e Glaucus Saraiva, com quem promoveu o erguimento do primeiro CTG do Estado, em 1948. Em livros como Manual de Danças Gaúchas, de 1956, Paixão Côrtes cimentou referênciais bibliográficas inescapáveis para o entendimento da tradição gaudéria. Sua influência se estende à idealização do desfile da Semana Farroupilha, hoje incorporado ao imaginário e ao calendário regional.

De 29 de outubro a 15 de novembro, a Praça da Alfândega voltará a ser a sede gaúcha das letras. Se o dinamismo e a alegria da Feira tem negado qualquer receio de sisudez literária, a próxima edição do evento deverá seguir festiva: à sua frente, estará um gaúcho que sempre soube aproximar a rigidez do conhecimento e a espontaneidade da cultura popular.

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